Velocidade marca início da segunda etapa da Volvo Ocean Race
A segunda etapa da Volvo Ocean Race segue em ritmo acelerado desde a saída de Lisboa, em Portugal, no último domingo (5). Os velejadores levam os barcos ao limite com ventos que chegam a ultrapassar mais de 30 nós no Atlântico Norte. Porém, o caminho até a Cidade do Cabo, destino final da perna, reserva mudanças de regime de vento que podem afetar as posições. Depois da passagem pela Ilha da Madeira, a flotilha irá negociar com os chamados Doldrums, que devem reduzir a velocidade dos barcos.
No início da noite desta terça-feira (7), MAPFRE, team AkzoNobel – com a campeã olímpica Martine Grael, e Dongfeng Race Team seguem na frente, com pequena vantagem para o pelotão de trás.
”Temos de ter cuidado com as calmarias das Ilhas Canárias e em Cabo Verde. Temos que entrar mais a oeste em comparação com os Doldrums. Essa decisão será tomada hoje”, disse o navegador do Dongfeng Race Team, Pascal Bidegorry. “Tem água por todos os lados. Estamos completamente ensopados tanto por fora como por dentro de nossas roupas”.
Campeã olímpica na classe 49erFx na Rio 2016, Martine Grael projetou a prova antes da saída em Lisboa e de fato a situação está ocorrendo. ”Tem sempre onda vindo de todos os lados. São sistemas diferentes passando pela gente e é legal de timonear. Mas é preciso ter coordenação com o resto da tripulação para ajustar as velas”, disse Martine Grael, clicada na roda de leme do barco, na prática, dirigindo o veleiro.
Os barcos estavam nos chamados ventos alísios nos primeiros dias da Etapa 2 – conhecidos lá fora como trade winds – que são de intensidade moderada para forte soprando consistentemente em direção ao equador em duas direções. O ponto em que essas duas brisas se encontram é chamado de Doldrums ou zona de convergência intertropical, uma região de baixa pressão.
Os Doldrums são famosos por tempestades, ventos leves, chuva e rajadas repentinas e inesperadas. Então, esta perna é geralmente decidida pelo primeiro barco que sair dos Doldrums, enquanto o resto da flotilha está atrás ainda tentando escapar. Em 2014-15, o Abu Dhabi fez a lição certa e ganhou.
”Temos que mudar as velas de lado e fazer contrapeso para maximizar a velocidade. É complicado, pois pesa muito com a quantidade enorme de água por aqui”, contou Ñeti Cuervas-Mons, do MAPFRE.
As manobras com ventos fortes para mudar de rumo exigem muito do físico dos atletas. “Estou bastante quebrado”, disse Kyle Langford, do Brunel, em sua primeira Volvo Ocean Race. “Eu não dormi…E este é apenas o começo. Isso só vai piorar”.
A competição é liderada pelo Vestas 11th Hour Racing, que venceu a primeira etapa. MAPFRE e Dongfeng estão atrás.
Foto: Jeremie Lecaudey
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