Sueco vai da Noruega ao Açores a bordo de um barco a vela e a remo, construído por ele mesmo
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Aos 81 anos, idade em que a maioria das pessoas já diminuiu o ritmo de vida, ou quase parou, o velejador e ex-fuzileiro naval Sven Yrvind sentiu vontade de regressar ao mar. “Prefiro ser comido por tubarões a morrer em cuidados prolongados”, justificou o vovô aventureiro, nascido em Gotemburgo, na Suécia, em 1939. No dia 30 de junho último, em Ålesund, na Noruega, ele iniciou uma viagem rumo à distante Nova Zelândia.
Detalhe: seu barco, o Exlex Minor, de 19 pés (5,8 metros de comprimento), tem duas pequenas velas e um remo, não conta com motor nem piloto automático, e foi construído pelo próprio Yrvin na garagem de sua casa. “Trata-se de uma bicicleta de montanha dos oceanos”, brinca o experiente velejador, que, por precaução, após 78 dias de mar, decidiu mudar radicalmente de planos e dar a aventura por encerrada no porto da Ilha de Faila, nos Açores.
“O barco não estava preparado para suportar as condições do vento e das ondas que encontraria no Oceano Índico”, justifica Yrvind, que também é respeitado na Suécia como projetista de pequenas embarcações.
Outro ponto que pesou para o aborto da missão foi o estado físico do experimentado navegador. “Meus músculos ‘murcharam’, porque eu mal me movia durante os dois meses e meio de travessia”, explicou.
Durante o trajeto de 3 571 milhas náuticas, cruzando o Mar dos Sargaços no meio do Atlântico Norte, ele manteve uma velocidade média de apenas 2 nós, com picos de 4 a 5 nós. “Algumas pessoas da Internet se preocupavam comigo por estar muito lento. Mas 2 nós não é uma velocidade perfeita para apreciar a paisagem e interagir com ela”, defende o velejador, que na calmaria tinha que esperar o vento soprar ou então usar o remo.
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“Mas tudo bem, pois tinha bastante comida, água e livros, e eu gosto da vida no mar”, mitigou ao desembarcar no arquipélago português.
Ele diz que encheu o barco de comida por quase um ano. Tudo muito frugal. “Minha alimentação foi à base de muesli, sardinha e um pouco de pão de centeio embalado a vácuo. Durante dois anos, treinei para comer apenas uma vez por dia”, explica.
A ideia, meio maluca, é um reflexo de seu irredutível amor pelo mar e pela navegação, no qual as distâncias ou a idade pouco importam. Ao longo da vida, Yrvind já protagonizou inúmeras travessias, sempre a bordo de pequenos barcos construídos por ele mesmo, e sempre testando novas tecnologias.
No caso do Exlex Minor, a principal novidade estava no casco, abaixo da linha d’água, revestido com cobre. “Existem diferentes relatórios sobre como esse revestimento funciona. No meu caso, o resultado foi excelente. O casco do Exlex está tão limpo quanto no dia em que ela saiu da minha oficina”, garante.
A aventura foi também a maneira que ele encontrou para homenagear o aniversário de 50 anos do Golden Globe Race, a primeira regata sem escalas ao redor do mundo. “Na primeira metade da viagem, o trajeto seria igual ao deles”, explica o vovô radical, enquanto cumpre quarentena em Faila, obedecendo ao protocolo sanitário dos Açores, antes de voltar para casa.
Mas não espere vê-lo de pijama em Västervik. “O que não consigo é ficar em frente à televisão vendo a vida passar”, diz, já planejando uma nova viagem. Definitivamente, o amor pelo mar e o gosto pela adrenalina não escolhem faixa etária.
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