Observação de aves: mais um caminho para o turismo de Ilhabela

Por: Redação -
30/10/2019

Dados do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO) indica que mais de 18% de todas as aves do mundo estão no Brasil. Entre as 1 919 espécies catalogadas no país, 332 (segundo o site Wikiaves) habitam o arquipélago de Ilhabela, que abriga uma das maiores reservas de Mata Atlântica conservada do mundo (Parque Estadual ocupa 85% do território da ilha). A rica e farta variedade de pássaros representa um grande potencial para exploração sustentável e de desenvolvimento econômico.

A partir de 2019, a cidade investe em atividades de birdwatching em terra e no mar. No mês de outubro, durante o Festival de Aves de Ilhabela, duas viagens marcaram de forma emblemática a iniciativa de explorar também a observação de aves pelágicas (oceânicas). A primeira, dia 18, levou especialistas e turistas para dois dias de aventura para reconhecimento aos principais destinos de observação em mar aberto, com saída para a plataforma continental, a partir de 40 milhas náuticas em mar aberto. Durante as viagens, foi possível observar variadas espécies que chegam pelo litoral brasileiro, migratórias do hemisfério norte ou originárias de ilhas isoladas no Atlântico Sul Entre as aves, ali encontradas estão os atobás-pardos, fragatas, gaivotas, albatroz-de-sobrancelha, albatrozes-de-nariz-amarelo, mandrião-chileno, mandrião-parasítico, alma-demestre, bobo-pequeno e bobo-desbore-branco, entre outros.

Uma semana depois, dia 25, foi a vez de uma Fam-Trip para o arquipélago de Alcatrazes, local que passará a ter viagens regulares para observação de aves. Alcatrazes é reconhecida internacionalmente por sua enorme biodiversidade. São 1 300 espécies de fauna e flora, 100 delas sofrem ameaça de serem extintas. Possui também o maior ninhal de fragatas do Atlântico Sul, e é área de alimentação, reprodução e descanso para mais de dez mil aves marinhas, segundo informações do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biologia).

Para Guto Carvalho, coordenador da Avistar Brasil (Encontro Brasileiro de Observação de Aves), conferencista, especialista em birdwatching e responsável pela curadoria do Festival de Aves de Ilhabela, a conjunção da estrutura de turismo náutico e de natureza colocam Ilhabela em uma posição privilegiada para se tornar um dos destinos de destaque no segmento. “A cidade tem 85% de área verde dentro de um parque estadual, mais uma estrutura de pesca que possibilita avançar para alto mar para observar espécies pelágicas, permitindo boas experiências para todos os níveis de birdwatchers, desde os iniciantes, passando pelos intermediários até os avançados”, garantiu Carvalho, citando ainda a possibilidade de observar espécies desde dentro da área urbana, no arquipélago de Alcatrazes ou em mar aberto, em busca de aves pelágicas.

A expectativa da prefeitura de Ilhabela é que a implementação da estrutura para receber os turistas de birdwatching esteja completa para a temporada de verão de 2020. O planejamento inclui a construção de seis torres no Parque Estadual de Ilhabela, em pontos que serão definidos nas próximas semanas, além de outras iniciativas que fazem parte do convênio assinado entre a Prefeitura e a Fundação Florestal. “Nosso trabalho visa ampliar as opções de turismo no município e o birdwatching traz um turista em sintonia com nossa proposta de ´Vida Natural’. O Festival fez parte dessa preparação da cidade para oferecer esse novo produto de turismo. Além das atividades para o público em outubro, também demos atenção especial para a capacitação do trade local”, explicou Bianca Colepicolo, secretária de Desenvolvimento Econômico e do Turismo.

O Festival de Aves de Ilhabela ocorreu entre os dias 11 e 28, com intensa programação. Foram mais de 50 atividades, entre palestras, cursos, fam-trips em ilhabela e no mar, cinema, oficinas e atividades educativas e infantis. A secretária dimensiona o potencial da atividade de observação de pássaros. “Nos Estados Unidos, mais de 45 milhões de pessoas observam aves como hobby, segundo a Pesquisa Nacional Relacionada à Vida Selvagem. A atividade traz um retorno para economia na casa de 80 bilhões de dólares. Enquanto isso, no Brasil, promovemos muito mal nossa rica biodiversidade. O potencial econômico de atividades, serviços e produtos que mantém a floresta em pé são gigantescos. Em 2018, nossos parques nacionais tiveram 12 milhões de visitantes. Mesmo sem grande promoção, famílias em todo país têm procurado conhecer mais nossos parques, ano a ano”, completou Bianca.

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