O que fazer quando alguém cai do barco no mar durante a navegação?

Por: Redação -
12/08/2020

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A queda de um tripulante no mar é uma das situações de mais alto risco que há. Basicamente, deve-se parar ou, no caso dos veleiros, no mínimo tentar estancar o barco imediatamente, marcar a posição no gps (a maioria dos aparelhos náuticos tem uma função chamada MOB, sigla de “homem ao mar” em inglês, que permite acionamento instantâneo), dar meia volta o mais rápido possível, rumar para a pessoa por barlavento (o lado onde o vento sopra), cortar o movimento do barco um pouco antes de alcançá-la e mais importante que tudo: indicar alguém, desde o instante da queda, para focalizar e não mais tirar os olhos da vítima, porque no mar não dá para brincar.

Qualquer piscar de olhos faz perder todas as referências e, consequentemente, o náufrago.

Até porque, além do movimento avante do próprio barco, há os das correntes, muitas vezes contrárias, que empurram a vítima e a tiram do ponto exato da queda – daí porque nem sempre os gps são eficientes nestes casos.

E ainda há as ondas e ondulações que atrapalham a visão. Focar a vítima e não desgrudar os olhos dela pode ser a diferença entre salvá-la ou perdê-la para sempre. Mas é claro que tudo se complica bastante se for noite, quando não há visibilidade alguma.

Neste caso, só mesmo a prevenção pode ajudar, como vestir coletes salva-vidas com apito e alguma luminosidade e, nas situações extremas, também preso com cabo ao barco.

O resgate da vítima da água para o barco deve ser feito por meio de uma boia com retinida (ou seja, cabo flutuante) e, preferencialmente, pela borda ou espelho de popa, neste caso não esquecendo de cortar o motor antes!

Já a manobra de meia volta varia bastante em função do tipo de barco. Em veleiros sem motor, deve-se ficar só com a vela mestra e fazer uma curva em forma de “oito” (imagem 1), de forma a retornar ao local da queda pelo contravento e a barlavento da vítima. Já em veleiros com motor, simplesmente baixe todas as velas, ligue o motor e volte como se fosse uma lancha.

Já para trawlers ou grandes lanchas, barcos que têm raio de giro bem maior e não permitem tanta agilidade nas manobras, há dois procedimentos padrão:

1) Se houver contato visual com a vítima, basta girar 360 graus de preferência para o bordo no qual o tripulante caiu, que é bem possível que o barco volte exatamente à posição da queda (imagem 2);

2) Se, porém, o mar estiver ruim e a visibilidade reduzida (ou for noite), guine para um dos bordos e após atingir um rumo de aproximadamente 60 graus além do rumo que estava, vire o leme totalmente para o outro bordo, fazendo assim uma curva de 180 graus em relação ao rumo inicial (imagem 3) e permitindo retornar no exato sentido inverso da rota do acidente. Volta-se, assim, pelo mesmo caminho percorrido, de olho no tripulante perdido.

Mas, melhor que tudo, é mesmo não precisar fazer nada disso, tomando todas as precauções para que ninguém que esteja a bordo de barco algum corra o risco de cair na água, seja ela qual for. Mergulhar, só mesmo quando o barco parar.

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