NÁUTICA Live #2: setor de marinas e iates clubes aponta soluções para reabertura

13/05/2020

Mais uma vez, o Grupo NÁUTICA discutiu, através de uma LIVE (a NÁUTICA Live #2), o impacto do isolamento social no setor náutico. O encontro, nesta terça-feira, 12 de maio, às 19h, foi transmitido ao vivo no Youtube e no Facebook e teve mais de 1000 pessoas acompanhando simultaneamente.

Na 1ª edição passada, o tema em debate foi “Posso navegar? Sim ou não?”, a grande pergunta que o setor náutico está se fazendo no momento. E o encontro permitiu exatamente isso: discutir os diversos cenários existentes e avaliar as oportunidades de um recomeço.

Desta vez, os depoimentos e debates se concentraram no impacto da COVID-19 no setor de marinas e iates clubes. Com a intenção de conter o avanço da COVID-19, decretos municiais determinaram o fechamento dessas estruturas náuticas em algumas cidades. Tais medidas, naturalmente, geraram muitos questionamentos e dúvidas nos donos de barcos, além de um grande impacto na saúde das empresas. Não seria possível conciliar a abertura das marinas e iates clubes com o combate ao vírus? Em caso positivo, de que forma?

Para tirar essas dúvidas e apontar soluções, nada melhor do que a palavra de quem está diretamente envolvido com o tema: os donos de marinas, comodoros e diretores de iates clubes. 

Com mediação da jornalista Millena Machado (que foi apresentadora do programa Auto Esporte, da TV Globo, durante 10 anos), nossa 2ª live reuniu a empresária Gabriela Lobato, presidente do Grupo BR Marinas; Marina Bandeira Klink, presidente Marina do Engenho, de Paraty; Ernani Paciornik, presidente do Grupo Náutica; Cícero Hartmann, comodoro do clube Veleiros do Sul, de Porto Alegre; José Jorge Neto, médico e ex-comodoro do Iate Clube de Caiobá; e Alex Costa Pereira, diretor jurídico do Yacht Club de Ilhabela.

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PROPOSTA DE DIÁLOGO

Ernani Paciornik abriu a NÁUTICA Live defendendo o diálogo entre o poder público (prefeitos, governadores) e o setor náutico, a fim de se encontrar um ponto em comum. “Dialogar é a chave da questão”, disse ele. Prova disso, argumentou, é que as propostas levantadas na primeira live já apresentaram resultados positivos, como um acordo entre a prefeitura e o Yacht Club de Ilhabela, que permitiu o acesso dos donos de barcos a suas lanchas e veleiros, desde que assumissem o compromisso de não usar as embarcações para lazer. Ou, no Paraná, a aproximação dos proprietários de marinas com o prefeito de Guaratuba, Roberto Justus. No fim de sua participação nessa 2ª live, Ernani se comprometeu a conversar com o prefeito de Paraty, Luciano Vidal, para tentar desbloquear o acesso às marinas da cidade.

MARINAS ABERTAS

Gabriela Lobato, que está à frente da maior rede de marinas do Brasil, com oito estruturas no estado do Rio de Janeiro, distribuídas por Angra dos Reis, Búzios, Itacuruçá, Paraty e Rio de Janeiro, disse que não fechou as portas, apesar do momento difícil. “Temos 1 700 embarcações sob a nossa guarda, e 270 colaboradores. Por isso, não podemos parar. Só não estamos operando com aluguel de embarcações, na Marina da Glória, porque o turismo está proibido. Mas tomamos todas as medidas necessárias, segundo as autoridades de saúde, para o enfrentamento da pandemia, como mandar para casa os nossos colabores do grupo de risco, com mais de 60 anos, e permitir que outros façam home-office. Além disso, orientamos os donos de barcos para que usem máscaras, álcool gel e que não tragam convidados para navegar”, explicou. Segundo a presidente do Grupo BR Marinas, existem protocolos de segurança que podem ser adotados pelo setor, para conter a Covid-19. Para começar, todo mundo tem de usar máscaras: marinheiros, funcionários e donos de barcos. Depois, determinando o número máximo de pessoas a bordo dos barcos, para evitar aglomerações.

CIDADE PROIBIDA

Marina Bandeira Klink vive situação inversa: a Marina do Engenho, que preside, está praticamente bloqueada, por conta das restrições de deslocamento impostas pela prefeitura de Paraty. “Por conta de a estrutura de saúde do município ser muito pequena, a entrada está autorizada apenas para moradores ou veículos que transportem produtos essenciais. moradores que tiverem carros com placas de outras cidades devem comprovar a residência no município. Só circula quem é daqui”, explicou ela. Que, no entanto, teve um alento. De acordo com Millena Machado, a prefeitura de Paraty flexibilizou a quarentena permitindo o acesso aos barcos para manutenção, de terça a quinta-feira, das 8h às 17h, além da possibilidade de remoção permanente para outro município. No fim dos debates, Marina Klink propôs que o vídeo desta live seja encaminhando ao prefeito de Paraty. Ao mesmo tempo, demostrou entusiasmo com as novidades anunciadas pelo comodoro do Veleiros do Sul, Cícero Hartmann, como se vê a seguir.

RISCO CALCULADO

Cícero Hartmann, comodoro do clube Veleiros do Sul, começou explicando que o clube foi abrigado a fechar as portas no dia 18 de março, quando o governo gaúcho anunciou as restrições de mobilidade no estado. “Permitimos acesso aos barcos apenas para manutenção”. Porém, em virtude dos bons resultados alcançados com as medidas de isolamento, o governador Eduardo Leite decidiu flexibilizar as atividades no estado. A partir do dia 11 de maio, entrou em vigor um modelo de distanciamento controlado por bandeiras, com protocolos obrigatórios e critérios específicos a serem seguidos pelos diferentes setores econômicos. Conforme o grau de risco em saúde, cada região recebe uma bandeira nas cores amarela, laranja, vermelha ou preta. Conforme o grau de risco calculado, as regiões recebem uma cor de bandeira.

“Estamos com bandeira laranja, que indica risco médio e nos permite operar com 25% dos funcionários presentes, seguindo as determinações de distanciamento”, disse Cícero. Isso permitiu ao comodoro do Veleiros do Sul estabelecer novas regras de funcionamento do clube e de acesso aos barcos. Ficou determinado que ninguém pode dormir no barco, por exemplo. Além disso, o acesso só é liberado ao dono do barco e à sua família. Convidados não entram. Por sua vez, os atletas olímpicos foram autorizados a retomar os treinamentos. Além disso, o posto de abastecimento voltou a operar. “O importante é ter responsabilidade. Todos estamos cientes dos riscos”, concluiu.

NOVOS HORIZONTES SE ABREM

Jose Jorge Neto, do conselho deliberativo do Iate Clube de Caiobá, do qual já foi comodoro, disse que a realização da Primeira Live NÁUTICA trouxe novo alento aos donos de barcos em Guaratuba, cidade em que a navegação estava proibida. “Podemos apenas fazer a manutenção dos barcos, três vezes por semana, meio período”, explicou. Após a live da semana passada, novos horizontes se abriram. “Formou-se uma associação das marinas da Baía de Guaratuba, que levará ao prefeito da cidade subsídios para que ele possa fazer a abertura”, anunciou Jorge Neto, que também é médico e, como tal, chama atenção para a gravidade da pandemia de coronavírus, e que por isso é necessário seguir algumas normas de convívio social. Mas isso não impede a abertura das marinas, de maneira responsável, bem orientada, com os empresários do setor dividindo a responsabilidade com o prefeito. “Daí a importância dessa live, para oferecer subsídios para as autoridades. Guaratuba não enfrenta o mesmo problema epidemiológico de Manaus, por exemplo. Então, podemos pensar na reabertura das marinas”, defendeu. Além disso, como médico, Jorge Neto lembrou que “navegar vale por uma terapia”.

ABERTURA LENTA

Alex Costa Pereira, diretor jurídico do Yacht Club de Ilhabela, cidade que foi totalmente isolada com o fechamento do serviço de balsas, diz que viu com grande alívio a abertura de diálogo com as autoridades locais, o que permitiu a abertura YCI aos donos de barcos para a realização de serviços essenciais de manutenção. “Depois de muito custo, conseguimos liberar o acesso às embarcações, com o compromisso de não sair para o lazer”, revelou. “Para isso, o proprietário assina um termo comprometendo-se a seguir determinadas regras. E todas as regras vêm sendo cumpridas, o que mostra o engajamento de todos os envolvidos. O associado é um dos donos do clube e não quer vê-lo punido”, explicou.
Alex anunciou também que, para amenizar os prejuízos aos associados — que, além do impacto de não poder navegar, deixaram de usufruir uma série de serviços típicos de um iate clube —, a comodoria do YCI reduziu o valor da mensalidade a partir de março. “O grande desafio é manter o nosso associado engajado durante essa pandemia, para manter a viabilidade econômica do clube. As medidas anunciadas pelo Cícero, comodoro do Veleiros do Sul, é o exemplo a ser seguido e o que queremos: trazer paulatinamente a volta dos serviços”. Que assim seja.

NÁUTICA Live tem o apoio de Assim Saúde, maior grupo empresarial de saúde verticalizado do Rio de Janeiro, excelência no atendimento médico. E Vaio, empresa que preza pela inovação e alta performance de notebooks com processadores de última geração. Acesse: vaio.com.br/nautica.

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