Instituto Argonauta e Aquário de Ubatuba lançam boletim informativo do lixo nas praias do litoral norte

Por: Redação -
08/01/2019
Foto: Divulgação

O problema do lixo marinho sempre foi uma preocupação do Aquário de Ubatuba que,
desde 1997, mantém uma Campanha Contra o Lixo no Mar em parceria com o Projeto Tamar e, posteriormente, com o Instituto Argonauta. A partir do pioneirismo desta iniciativa, diversas linhas de atuação foram adotadas, sempre no intuito de alertar a população sobre os impactos no meio ambiente, na saúde e até na economia das quatro cidades (Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela) baseada, principalmente, no turismo de praia.

Dentro das últimas iniciativas do trabalho, estão a coleta diária de lixo nas praias pela
equipe do Instituto Argonauta (com apoio do Aquário de Ubatuba que cede as sacolas),
recolhendo sistematicamente os resíduos (foram 22 toneladas nos últimos 30 meses) que
fornecem dados para o que os pesquisadores estão chamando de um raio-x sobre o lixo, nas praias do litoral norte de São Paulo. Outra iniciativa recente foi a construção de uma árvore de Natal toda feita com lixo marinho para sensibilizar moradores e turistas.

“Acontece que, apesar de um aumento da preocupação e da veiculação de diversas
notícias sobre o tema, na prática ainda observamos uma enorme quantidade de lixo indo parar nos rios, praias e mar da região e o que é pior, afetando diretamente a fauna marinha”, diz o criador da ideia do boletim, o oceanógrafo Hugo Gallo, Presidente do Instituto Argonauta e Diretor do Aquário de Ubatuba.

“Para se ter uma ideia, de 2600 animais encontrados mortos e necropsiados pela equipe do Instituto Argonauta no âmbito do PMP-BS*, 48% apresentaram alguma interação com o lixo marinho”, ressalta a bióloga Carla Beatriz Barbosa, diretora executiva do Instituto Argonauta e coordenadora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) na região.

Inspirado no Boletim de balneabilidade das praias editado mensalmente pela CETESB, e
que dá a qualidade da água nas praias no litoral de São Paulo medindo os coliformes, o Boletim do Lixo nas Praias se utiliza de uma metodologia científica adaptada à nossa realidade (Earll, R.C et al. intitulada Aquatic litter, management and prevention—the role of measurement. publicada no Journal of Coastal Conservation, 6(1), pp.67-78)) e estabelece quatro padrões de classificação das praias que vão da mais limpa até a caótica.

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Os dados ao longo do mês são coletados diariamente pela equipe do Instituto Argonauta e
tabulados gerando um relatório, que deverá sair até o dia 10 de cada mês, sendo disponível online no facebook do Instituto Argonauta e pelo site www.institutoargonauta.org.

Segundo a MSc. bióloga Natalia Della Fina, gestora executiva do projeto, “o referido
trabalho poderá servir como referência tanto para um turista ou morador local que quer ir a uma praia e saber qual o estado de limpeza da areia, como para um gestor municipal direcionar os esforços na limpeza e na colocação de lixeiras. Auxilia também para uma análise mais profunda do problema através da elaboração de artigos científicos que estão em andamento e que serão publicados ainda neste próximo ano”, comenta.

“De fato o problema é bastante complexo e passa por uma solução conjunta que envolve
educação da sociedade, mobilização da sociedade civil organizada, academia e órgãos públicos, incluindo além do executivo, também o legislativo e o judiciário. A Europa já prevê banir os descartáveis ate 2020. Deveríamos começar a pensar da mesma forma”, completa Gallo.

Para quem vai à praia no litoral norte de São Paulo então, fica aqui a dica: consulte
sempre o boletim da Cetesb no site www.cetesb.sp.gov.br, e o do instituto Argonauta no
www.institutoargonauta.org. Se a praia estiver sem esgoto e sem lixo, boa praia! Caso contrário, se prepare para passar calor e evitar a água e a até a areia. Não se esqueça de sempre dispor de seu lixo em local apropriado! A natureza agradece.

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