Frete marítimo atinge número recorde nos últimos meses devido à pandemia

Por: Redação -
02/02/2021

Do aumento no frete marítimo à falta de contêineres e redução do período de free time: esses são alguns dos impactos que a pandemia tem causado no universo naval desde o começo de 2020. As alterações têm acontecido desde os meses de março a junho, quando foi instaurado o lockdown em uma série de países.

 

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O free time é um período de tempo no qual o importador pode utilizar o contêiner sem precisar pagar a demurrage, que, por sua vez, é a cobrança feita sobre a estadia do destinatário quando o contêiner permanece no terminal por um período de tempo maior do que aquele contratado junto ao armador.

 

Esse período varia de 5 a 30 dias e, durante esse intervalo, o importador deve nacionalizar a carga, transportá-la ao seu destino, descarregá-la e devolver o contêiner.

A justificativa para todas as alterações é autoexplicativa: durante os meses de lockdown, as atividades econômicas globais — e, consequentemente, a mão de obra para a movimentação desses contêineres — foi reduzida.

 

Além de tudo, muitas empresas deixaram os contêineres parados nos portos, tanto pela falta de recursos para pagar impostos e nacionalizar essa carga, quanto pela impossibilidade de recebê-las. Há, ainda, a grande redução na quantidade que era transportada, assim como no setor aéreo. Os transportadores decidiram, então, suspender as linhas deficitárias, além de antecipar docagens obrigatórias das embarcações.

 

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Desta forma, os contêineres têm levado muito mais tempo para sair com as cargas dos portos, e retornar aos locais vazios. Em alguns deles, a média de atraso gira em torno de 4 a 6 dias. O resultado de tudo isso é um super congestionamento e grande lentidão na movimentação, que provoca redução na capacidade logística dos países afetados.

 

Por outro lado, essas consequências impulsionam o mercado de exportações, já que, com o grande crescimento, os navios em navegação foram reduzidos e reposicionados de forma a acompanhar a crescente demanda.

A quantidade de navios contêineres em atividades só voltou a apresentar crescimento progressivo depois de julho. Um grande exemplo dessa retomada foi a China, que conseguiu se reequilibrar economicamente e resgatar a recuperação econômica antes dos outros países. Isso fez com que eles aumentassem deliberadamente a sua exportação, tornando o cenário até assimétrico, devido a tanto crescimento.

 

Como solução para toda essa confusão, alguns transportadores vêm reduzindo o período de free time. O mercado, por sua vez, tem se regulado de forma autônoma, a começar pelo aumento dos fretes devido à falta de contêineres.

 

É uma situação caótica e que tem prejudicado a muitas empresas dependentes do comércio internacional, que já começaram a sentir os efeitos até nos estoques — tanto pela falta de materiais quanto pela dificuldade de envio.

 

É importante lembrar que o transporte marítimo representa mais de 90% dos envios desse mercado. Especialistas explicam que, enquanto houver pandemia e riscos de um novo lockdown, não há expectativa para nos livrarmos dessa realidade.

Por Naíza Ximenes, sob supervisão da jornalista Maristella Pereira

 

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