Fome ao navegar? A maneira mais fácil de fisgar um peixe é corricando. Veja

Por: Redação -
21/05/2021

Que tal, durante o passeio pelo mar, tentar pegar um peixe para o almoço? A maneira mais fácil é corricando.

Antes de mais nada, é bom saber que a pesca de corrico — ou seja, aquela feita com uma linha a reboque no barco em movimento, que os cariocas também chamam de “pesca de arrasto” — difere em tudo das pescarias tradicionais.

Não tem, por exemplo, nada a ver com a paz contemplativa das pescarias de beira de rio ou costeiras. Ao contrário, o que não falta na pesca de corrico é muita ação — a começar pelo próprio barco, que precisa estar em movimento.

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Mas não basta amarrar uma linha com anzol na popa do barco e sair rebocando a isca. Para experimentar a deliciosa sensação de ser brindado com uma fisgada enquanto passeia com sua lancha ou veleiro é preciso outros cuidados.

corrico

Carretilha é melhor do que molinete
As carretilhas são mais eficazes na pesca de corrico. E devem estar carregadas com bastante linha. O ideal é, pelo menos, 400 metros. As carretilhas de perfil redondo e numerações medianas (para linhas de 20, 30 ou 50 libras) são ainda mais indicadas.

Mas a fricção deve permitir ao peixe descarregar linha sem grande dificuldade, para evitar pancadas que rompam sua mandíbula. Peixes como sororocas, cavalas e bicudas possuem mandíbula frágil, que se rompe com facilidade quando submetida a uma súbita pressão.

Prenda a vara em vez de segurá-la
Durante o corrico, deixe a vara firme no porta-varas do barco ou presa firmemente a algo a bordo. Manter a vara nas mãos gera movimentos involuntários que podem afugentar os peixes.

E se, depois de sentir a fisgada, a linha afrouxar, recolha um pouco, para ver se ela volta a ficar tensionada. É que, muitas vezes, os peixes fisgados nadam em direção ao barco, para tentar se livrar do anzol.

Perto de barcos ancorados é melhor ainda
Corricar perto de navios e barcos ancorados pode trazer bons resultados, porque as cracas dos cascos acabam atraindo peixes. Correntes de âncoras são melhores ainda, porque descem até o fundo, atraindo ainda mais espécies. Mas tome cuidado redobrado com a navegação.

Não se deixe levar pelos cardumes
Os corricos são a maneira mais eficiente de cobrir grandes áreas numa pescaria. Mas não se deixe levar pela eventual visualização de cardumes na superfície, porque eles são muito dinâmicos e desaparecem tão rapidamente quanto surgem. Se vir algum cardume, circule ao redor dele e não apenas passe sobre os peixes, para que o motor não os afugente.

Nem fundo, nem raso demais
A profundidade ideal da isca deve ser a meia água, mas a mesma isca pode atingir diferentes profundidades, dependendo da velocidade do barco. Quanto mais rápido ele navegar, maior será a pressão da água na barbela, fazendo com que ela desça mais. Portanto, fique atento à velocidade de navegação.

Muito cuidado na hora de embarcar
Muito cuidado na hora de embarcar o peixe, para não perdê-lo na hora H. O ideal é cansá-lo um pouco e ir puxando gradativamente para a borda do barco. Depois, sem dar trancos, segure firme e traga para bordo, com um movimento contínuo.

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Isca artificial é a mais indicada
Iscas vivas ou naturais dão muito trabalho e não combinam com um simples passeio de barco. Para corricar, as melhores iscas são as artificiais de barbela, de tamanho pequeno (entre 10 e 15 cm) e bem coloridas, em forma de manjubas.

Se, no entanto, preferir usar isca natural, use anzóis do tipo circle hook, que dão melhores resultados do que os convencionais.

Navegue a baixa velocidade
A velocidade do barco no corrico costeiro deve variar entre 3 e 6 nós, dependendo do peixe que se queira pegar e do tipo de isca usada. Mas a mesma espécie pode atacar em diferentes velocidades, de acordo com o dia, pressão atmosférica, temperatura da água, transparência, etc.

Por isso, variar a velocidade periodicamente é recomendável. Mas, em dias nublados ou com água turva, a velocidade do barco deve ser menor, para facilitar a visualização da isca pelos peixes.

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Use linha resistente e líder
A resistência da linha de náilon deve variar entre 20 e 50 libras. Já o “líder” (ou seja, a parte reforçada da linha, que fica próxima à isca) deve ser mais grosso, com quatro a seis metros de comprimento.

Alguns peixes são mais fáceis
Dependendo da época do ano, os peixes mais frequentes no litoral entre São Paulo e Rio de Janeiro são as sororocas, as enchovas, as cavalas e as bicudas. Mas não se espante se for surpreendido no corrico por um belo badejo ou vermelho, que, apesar de serem peixes de fundo, podem desferir ataques-relâmpago surpreendentes na meia água.

Vara é mais eficiente do que linhada
Varas rígidas e curtas (entre seis e sete pés de comprimento), que têm fácil manejo dentro do barco e não incomodam as outras pessoas, são bem mais indicadas do que as linhadas.

Um conjunto de varas com ação de resistência entre 20 e 25 libras dá conta do recado. Mas, se for corricar com plugs de barbela comprida, que atingem profundidades maiores, use varas entre 30 e 40 libras.

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