Expectativa

Por: Redação -
01/07/2015

Ao mesmo tempo em que barcos de ponta tripulados por medalhistas olímpicos e pan-americanos elevam o nível das regatas na Ilhabela Sailing Week, equipes são formadas por amigos e familiares com o objetivo de disputar a principal competição de vela oceânica da América Latina com seriedade, porém, sem a formalidade das regras mais exigentes. Assim costuma ser o comportamento nas classes RGS Cruiser e Bico de Proa, que garantem divertimento na água e a festa após as regatas no Yacht Club de Ilhabela (YCI).

A RGS Cruiser tem mantido a tradição ao longo dos anos, mas a Bico de Proa é uma das novidades da 42ª edição. A classe retorna ao programa após intervalo de uma década. “São classes destinadas aos iniciantes em regatas de oceano. Para o pessoal que deseja ter o gostinho de uma competição, velejando ao lado de amigos e familiares”, afirma o diretor de Vela do YCI, Carlos Eduardo Souza e Silva, o Kalu.

O estreitamento da parceria entre a Prefeitura Municipal e o YCI também favorece ambas as classes. “Neste ano, a Vila (centro histórico de Ilhabela) estará ainda mais disponível aos velejadores para as festividades do evento. Vamos reviver o lado mais informal e lúdico das semanas de vela do passado. Tenho saudade do tempo que tinha gente tocando sax no convés enquanto esperava pela largada. Queremos que o pessoal, que geralmente não tem oportunidade de competir, possa tomar gosto pelo nosso esporte. Haverá raias mais adaptadas a essas tripulações, além das tradicionais de alta performance”, avisa Kalu.

Muitas vezes, correr nas classes Cruiser ou Bico de Proa não significa que o desempenho estará comprometido. O veleiro Jambock, de Ubatuba (SP), venceu em maio, na Cruiser, a segunda etapa da Copa Swift Sport, o Circuito Ilhabela de Oceano, e correrá a Ilhabela Sailing como Bico de Proa. “Vejo com muito bons olhos a volta da Bico de Proa a Ilhabela. Sempre que possível competi na classe porque acredito ser o reduto da esportividade amadora na vela de oceano. Lembro de ótimas disputas, inclusive com alto nível técnico, além de muitos exemplos de solidariedade”, revela Marco Antonio Aleixo, um dos quatro comandantes do Jambock, que se revezam a cada competição.

“Acredito que uma classe sem regras complexas é o que precisamos para divulgar e motivar novos praticantes para o nosso esporte. Com o perdão do trocadilho, se a Bico de Proa não forja campeões, forma opiniões. Estou satisfeito em ver vários ‘biqueiros’ de antigamente inscritos neste ano. Costumava brincar Paulão Lima, do barco Bordel: a Bico, unida, jamais será vencida”, completa Marco Antonio.
Na contagem regressiva para o início da Ilhabela Sailing Week na sexta-feira (3/7), com os treinos finais, é natural que aumente a expectativa das tripulações, principalmente diante de um evento com dimensões internacionais. “Estou ansioso para competir em Ilhabela. Nosso barco é de aço, pesa 15 toneladas e teremos de superar as dificuldades nas regatas barla-sota (percurso formado por duas boias). Contamos com vento forte para a regata de abertura, Alcatrazes – Marinha do Brasil. A disputa na classe Cruiser será interessante”, assegura Flávio Farkouh, comandante do Pimenta IV, embarcação de Ilhabela.

Também locado na Capital Nacional da Vela, o Viveree será outro barco debutante na Ilhabela Sailing Week. “É muito bacana a volta da Bico de Proa. Hoje, existem muitas embarcações cruzeiristas. As fórmulas do rating acabam assustando quem quer apenas praticar o esporte e se divertir. A Bico de Proa é uma classe de cavalheiros”, considera Atanawe Boechat, timoneiro do Viveree, um Dufour 410, às vésperas da estreia nas raias de Ilhabela. A tripulação do Ventania também vive a expectativa da estreia. “Será um prazer velejar com filhos, irmãos e amigos. Nossa participação será em homenagem ao saudoso professor Mesquita, sempre muito zeloso com o belíssimo Ventania”, dedica o comandante Roberto Cláudio.

O barco Helios, um Delta 32 versão cruzeiro, está entre os mais assíduos das regatas disputadas no Canal de São Sebastião. Correndo na classe Cruiser, o objetivo da tripulação é buscar o segundo título em quatro anos. “Para nós velejadores de São Paulo, a Ilhabela Sailing Week é o evento que aguardamos durante um ano, pela organização profissional e Comissão de Regatas de alto nível. Trata-se da maior regata da América do Sul, reunindo expoentes da vela de oceano. O local também é ímpar. Ilhabela possui beleza natural, água limpa, gente bonita, além de bons ventos”, relata Marcos Gama Lobo, comandante do Helios. “Fomos campeões da classe em 2012 e estamos preparados para este ano”, conclui.

As participações das flotilhas de Cruiser e Bico de Proa não ficam restritas ao litoral paulista. Há barcos que vêm de outros estados como o Puro Malte, do Rio de Janeiro. “A classe Bico de Proa é perfeita para barcos de cruzeiro que não sejam de alta performance, não possuam certificado de medição válido e que seus tripulantes desejem participar de um belíssimo encontro de veleiros”, resume o comandante Paulo Figueiredo Ferraz Jr. O também Bico de Proa, Sereno, está vindo de Paraty (RJ). “Irei a Ilhabela por curiosidade, quero ver de perto as diversas classes de barcos, as chamadas ‘máquinas de regata’. Espero ver um belo desfile e participar do espetáculo”, deseja o comandante Sérgio Senra Garcia.

As inscrições terminam hoje (1º) e devem ser feitas pelo site: www.ilhabelasw.com.br. A abertura do evento será nesta sexta-feira (3), simultânea à Semana de Monotipos, e as regatas de oceano serão disputadas entre os dias 4 e 11, com sede no YCI. Estão convidadas as classes: ORC, IRC, BRA-RGS, RGS Cruiser, S40, Star, HPE 25, C30, Mini e Clássicos, além do retorno da Bico de Proa e da estreia da HPE 30.

Foto Edu Grigaitis / Balaio

 

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