Estação subaquática sustentável já tem projeto e local definido: Curaçao, no Caribe
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Fabien Cousteau, renomado aquanauta, explorador de oceanos e ambientalista, anunciou, em julho, o Proteus: a estação de pesquisa científica subaquática mais avançada do mundo. Nas últimas semanas foi liberado, inclusive, o projeto da chamada “versão subaquática da Estação Espacial Internacional”, que ficará nas profundezas do mar caribenho, em Curaçao, a 18 metros de distância da superfície. A estação será uma plataforma de colaboração global entre pesquisadores, acadêmicos, agências governamentais e corporações — todos com os mesmos objetivos: descobertas medicinais, sustentabilidade alimentar e os impactos das mudanças climáticas.
O projeto foi assinado por Yves Béhar e Fuseproject e tem como objetivo encontrar soluções para as preocupações mais críticas da humanidade. “Como nosso sistema de suporte de vida, o oceano é indispensável para resolver os maiores problemas do planeta. Os desafios criados pelas mudanças climáticas, aumento do nível do mar, tempestades extremas e vírus representam um risco de vários trilhões de dólares para a economia global”, explica Fabien Cousteau.
Apesar do oceano representar mais de 99% do espaço vital do planeta, apenas 5% foi explorado até o momento. E é nisso que o Proteus pretende atuar. Ele terá mais de quatro vezes o tamanho de qualquer habitat subaquático conhecido, laboratórios de última geração, dormitórios e uma piscina lunar. Também é sinônimo de inovação, já que pretende introduzir a primeira estufa subaquática e permitir aos habitantes cultivar plantas frescas para alimentação. Existem vários desafios que giram em torno desse cotidiano no fundo do mar, e um dos principais deles é a dificuldade de cozinhar sem chamas abertas.
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Uma outra parcela do cotidiano nesse novo habitat será representada pelos mergulhos contínuos, dia e noite, para coletas de dados. A plataforma de pesquisa projetada para esse complexo permitirá não só ampliar o conhecimento de espécies de vida marinha, como compreender melhor a influência das mudanças climáticas nos oceanos, entre muitas outras funções. É a oportunidade perfeita para investir na inovação de tecnologias avançadas para energia verde, aquicultura e exploração robótica.
“Proteus é um passo promissor na divulgação da mensagem de que devemos proteger o oceano como se nossas vidas dependessem dele. Viver embaixo d’água nos dá o presente do tempo e a incrível perspectiva de ser um residente no recife. Você não é mais apenas um visitante”, disse a bióloga marinha, Dra. Sylvia Earle. Seguindo o pensamento, O Dr. Ivan Steve “Steven” Martina, ministro do Desenvolvimento Econômico de Curaçao, completou: “Estamos muito satisfeitos por estar em casa com Proteus. Nosso incrível Mar do Caribe contém riquezas imensas ainda a serem totalmente descobertas. O potencial econômico de ter a primeira estação espacial subaquática localizada nas águas de Curaçao é enorme, desde a criação de empregos até o turismo”.
Fabien Cousteau não entrou nesse ramo à toa. Seu pai, Jean-Michel Cousteau, também é explorador oceanógrafo e ambientalista, além de educador e produtor cinematográfico. Ele diz estar animado com a evolução da exploração e pesquisa subaquático que o Proteus fornecerá, vendo ele como um “passo crítico para entender que os humanos têm a capacidade de projetar nosso próprio futuro, de tirar uma lição do passado, dos seres vivos ao nosso redor e alinhar nossos valores e ações com a necessidade ecológica. Devemos primeiro perceber que as questões ecológicas, sociais e econômicas estão profundamente interligadas. Não pode haver solução para um sem solução para os outros. Devemos ousar sonhar mais alto e olhar para o nosso oceano como parte da solução. Proteus será fundamental para devolver às nossas gerações futuras aquilo que consideramos garantido”.
Por Naíza Ximenes, sob supervisão da jornalista Maristella Pereira
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