Equipe do Câmpus Florianópolis do IFSC vence competição nacional de barcos solares

Por: Redação -
10/02/2020
Foto: Divulgação

A equipe Zênite Solar, do Câmpus Florianópolis do IFSC, foi a campeã na categoria livre do Desafio Solar Brasil (DSB). A competição universitária de barcos movidos a energia solar visa o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis baseadas em energias limpas e com maior eficiência para o transporte náutico. As provas foram entre os dias 27 e 2 de fevereiro, na Baía da Babitonga, em São Francisco do Sul (litoral norte de Santa Catarina).

O time de Florianópolis ficou em primeiro lugar vencendo sete das oito provas da competição. Entre as vitórias, destacam-se a segunda prova – com três horas e quarenta de duração (num verdadeiro teste de resistência do piloto, que foi o único a terminar), a de revezamento de pilotos e a de slalom.

Além do primeiro lugar no resultado geral das provas, a Zênite levou ainda, pela quinta vez consecutiva, o prêmio Fernando Amorim de Inovação Tecnológica, criado durante o DSB 2013. O engenheiro naval e professor Fernando Amorim, falecido em 2012, foi o mentor da versão brasileira do Desafio Solar e sempre incentivou a pesquisa, o desenvolvimento de projetos politécnicos interdisciplinares com a utilização de novas tecnologias e principalmente energias renováveis.

“A equipe tem se destacado por apresentar soluções próprias para as diversas necessidades de desenvolvimento dos elementos que compõem o barco solar, e não simplesmente fazer a montagem do sistema a partir da integração de equipamentos comerciais. Atualmente, 100% do sistema eletrônico utilizado no barco solar é desenvolvido pelo próprio time”, destaca um dos professores que acompanha a Zênite desde sua criação, Flábio Bardemaker Batista, do Departamento Acadêmico de Eletrônica (DAELN).

João Pedro Dalvit Tonelo, estudante de Engenharia Eletrônica, estava na equipe há dois anos e, pela primeira vez, foi como capitão do time. “Passei a gerenciar pessoas e todos sabem o quão difícil é trabalhar com sentimento, cansaço e comprometimento do ser humano”.

O capitão lembra que a Zênite teve dificuldades na captação de recursos e foi com um orçamento bem mais baixo que muitas das outras equipes. “Fomos para São Francisco do Sul como uma equipe e voltamos como uma família. A nossa meta para 2021 é buscar parcerias. Caso queiram apoiar nossa equipe entrem em contato através de nossas redes sociais”, destaca João Pedro. Para os estudantes do IFSC, ele lembra que o processo seletivo para entrar na equipe será aberto em breve e os interessados devem acompanhar as redes sociais da Zênite Solar.

Para Marcos José Moraes, aluno de Engenharia Mecatrônica e um dos pilotos da equipe, a expectativa este ano era apenas participar. “Muitos dos nossos planos foram frustrados pela falta de verba e apoios que não se confirmaram. Por exemplo, o banco de baterias para armazenamento da energia gerada pelos painéis solares atualmente está estragado e só foi possível utilizar graças a um trabalho árduo do pessoal da eletrônica, que desenvolveu equipamentos para gerenciamento. Com a confirmação da data e local da competição, e o empenho da equipe de trabalhar dia e noite durante as férias; a expectativa melhorou, nos deixando mais confiantes em fazermos uma boa competição”, lembra.

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Marcos está na equipe desde 2016, atuando principalmente na área da mecânica. Para ele, as dúvidas sobre as chances de vitória foram se dissipando após o início das provas. “Sentir o barco na água e ver o trabalho em equipe funcionando com tanta confiabilidade, confesso, superou minhas expectativas, onde em meio a tantas  limitações, conseguimos desenvolver o melhor barco do Brasil em nossa categoria, superando equipes fortes e consolidadas como a UFSC, por exemplo, que já foi 12 vezes campeã no DSB”.

Ele destaca ainda o prêmio de inovação. “É um troféu tão almejado quanto o primeiro lugar”, diz, explicando que o principal destaque de 2020 neste quesito foi justamente o sistema de gerenciamento e controle das baterias.

Mas entre as inovações da Zênite Solar também estão o volante com comandos e informações integradas e sistema de telemetria que ajuda nas estratégias da equipe. “Estes projetos foram de fundamental importância para a melhoria do desempenho durante as provas da competição, já que nos últimos anos vínhamos conquistando o troféu de inovação, mas não não conseguíamos o primeiro lugar no pódio”, explica o professor Flábio.

Participaram da competição treze alunos de diversos cursos do IFSC, como os cursos Técnico em Eletrônica, Técnico em Eletrotécnica, Engenharia Eletrônica e Engenharia Mecatrônica. “A equipe agradece a todos que a apoiaram, principalmente ao Câmpus Florianópolis do IFSC e a equipe Vento Sul da UFSC, temos a expectativa de resolver os problemas para  o recebimento de mais apoio e já estamos nos preparando para as próximas competições”, finaliza Flábio.

Neste tipo de desafio, as embarcações podem começar a competição com baterias carregadas, mas, até o fim do evento, estas só devem ser recarregadas via painéis fotovoltaicos, durante todo o período do desafio que é de aproximadamente uma semana. O Desafio é uma versão brasileira do Frisian Solar Challenge, realizado na Holanda e que é considerada o principal evento europeu para embarcações solares. O evento contou com a participação de 10 equipes, representando os estados do Amazonas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pará e Santa Catarina.

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