Empresa transforma velas usadas de veleiros em bolsas bem originais
O que fazer com uma vela velha ou rasgada? A estilista carioca Vera Queiroz tem uma proposta: transformá-la em bolsas. Ou cúpulas de luminárias. Ou revestimento de cadeiras. Ou qualquer outro item de decoração da sua loja virtual, a My Boat. A ideia veio de uma feirinha de rua de uma cidadezinha francesa à beira-mar, onde ela viu uma artesã vendendo rústicas sacolas feitas com pedaços de velas de veleiros. Vera pensou: por que não usar aquele mesmo material (bonito, brilhoso e resistente) para produzir peças mais sofisticadas? Como, por exemplo, bolsas, algo que as mulheres tanto veneram.
O que, a princípio, parecia uma ideia maluca (qual mulher usaria uma bolsa feita com um tecido duro como o kevlar, desgastado pela água salgada e, ainda por cima, usado?), se transformou em peças originalíssimas, que ela começou a produzir e vender no ano passado, através do seu site. “As mulheres têm adorado, mas a maior surpresa é que os maridos também gostam, especialmente os que são velejadores, porque cada bolsa traz um pedacinho da história de um barco de verdade”, diz Vera, que nunca velejou, mas já está aprendendo.
Para enfatizar isso, cada bolsa tem uma etiqueta interna com informações sobre o barco de onde veio aquela vela. Com uma mestra de um veleiro de 30 pés, por exemplo, Vera produz cerca de 25 bolsas, “mas nenhuma igual a outra, porque são partes diferentes da vela, o que torna cada bolsa totalmente exclusiva”, explica. “E quanto mais detalhes ou remendos a vela tiver, melhor, porque acentuam as diferenças entre as peças”, completa.
O resultado é que as curiosas bolsas boladas por Vera ficam charmosas e com personalidade, além de serem esportivas e sofisticadas ao mesmo tempo, porque, em contrapartida ao tecido grosso e usado, ganham materiais nobres, como alças em couro, forros macios e metais de qualidade. Também são ultrarresistentes, porque um tecido feito para suportar os fortes ventos oceânicos é perfeitamente capaz de encarar o dia a dia atarefado de qualquer mulher. “E quem doa a vela ganha, no mínimo, uma bolsa feita com ela”, diz Vera.
Foto: Arquivo Pessoal
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