Consciência Ambiental

Por: Redação -
21/11/2014

Recentemente realizamos uma ação de Limpeza dos Mares em Santa Catarina em três pontos de pesca e de grande fluxo turístico em Florianópolis. A triste surpresa foi ver que lugares tão lindos estão sendo utilizados de forma errônea pelos navegadores que vão a estes locais para se divertir, tirar seu sustento ou apenas apreciar a paisagem e deixam o lixo de presente para a natureza.

Na Ilha do Arvoredo — uma das únicas Reservas Biológicas do país onde apenas um dos lados é liberado para a navegação e mergulho contemplativo — recolhemos mais de duas toneladas de lixo do fundo do mar em apenas um dia. Para nossa surpresa a maior parte eram restos de rede de pesca, conhecidas como “redes fantasmas”. Esse tipo de lixo no mar mata vidas marinhas que inocentemente acabam ficando presas. Nesses restos de rede, encontramos lagostas, garoupas e outras espécies — umas ainda com vida, outras somente no esqueleto — o que nos fez refletir sobre quanto tempo mais teremos para apreciar estas espécies embelezando a Reserva. A ilha do Arvoredo, localizada em Santa Catarina a oeste da baía de Zimbros em Bombinhas, é um dos únicos pontos de mergulho contemplativo da região e hoje várias escolas de mergulho dependem do local para a sobrevivência.

Já a Ilha do Francês, uma pequena ilhota situada na altura da ponta sul da Praia de Canavieiras em Florianópolis, foi nosso segundo ponto para a Limpeza dos Mares. A ilha é particular, fica mais próxima da costa e é visitada por muitos proprietários de embarcações, já que possui uma baía abrigada e é um local ideal para aproveitar com amigos e familiares. Neste ponto a surpresa já foi um pouco mais agradável: a quantidade de lixo retirado foi bem menor, cerca de 500 quilos. Dentre os objetos, uma tv de 29 polegadas e uma cadeira de praia que provavelmente caiu de alguma embarcação. O fundo do mar estava limpo — com poucas surpresas desagradáveis — e a maior quantidade de lixo estava localizada na encosta da ilha.

No município de Governador Celso Ramos, no reduto dos lancheiros considerado o point náutico da Grande Florianópolis, a Praia do Tinguá, o lixo mostrou a falta de consciência dos frequentadores. Retiramos cerca de uma tonelada de lixo e a maior parte era composta por latas de bebidas e garrafas pet.

Nas três edições da ação, retiramos aproximadamente quatro toneladas de material, mostrando o quanto ainda devemos trabalhar para que todos entendam que lugar de lixo é no lixo, que devemos preservar para que nossos filhos e netos possam usufruir as nossas belezas naturais e que os verdadeiros amantes do mar não gostam de navegar em águas sujas. Se quisermos continuar batalhando por um país com mais possibilidades náuticas temos que primeiro dar o exemplo e fazer com que sejamos os principais fiscalizadores destes ambientes. Só assim poderemos cobrar das autoridades mais condições para que todos venham a ganhar e se beneficiar com um turismo de qualidade, com real possibilidade crescimento para toda a cadeia produtiva do setor.

 

Mané Ferrari é presidente da Acatmar e empresário do setor náutico

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