O caminho de Cananéia: veja algumas dicas para navegar na cidade

Por: Redação -
12/05/2021

Entrar ou sair de Cananéia, no Litoral Sul de São Paulo, nem sempre é fácil. Mas com estas coordenadas de um especialista da cidade, tudo fica mais tranquilo — desde que o mar permita.

Cananéia, na divisa de São Paulo com o Paraná, é uma cidadezinha histórica, sede de um dos primeiros povoados do Brasil, mas bem mais famosa entre os navegantes por abrigar uma das barras mais tensas do litoral sul do país.

Inscreva-se no canal de NÁUTICA no YouTube e ATIVE as notificações

Ali, as ondulações do mar, algumas chegando mesmo a quebrar, costumam assustar quem chega ou sai de barco e não tem muita afinidade com a região. Mas, para o comandante Marcos Bernauer, do Centro Náutico de Cananéia, a má fama que a entrada do porto da cidade tem não passa de exagero.

“Em dias de mar calmo, não têm o menor problema e eles representam 80% do calendário”, garante. “A coisa só fica realmente feia quando entra o vento Sul e o mar vira ressaca”, diz. “E quando isso acontece, nem os pescadores da cidade saem de casa, porque sabem que da barra ninguém passa”.

É verdade. Do lado de fora, as ondas chegam bem perto dos barcos e, nos dias errados, engolem até o canal que serve de caminho para quem entra ou sai da cidade. Muita gente já passou grandes sustos ali e alguns chegaram mesmo a perder seus barcos.

Mas, para o comandante Marcos, isso só acontece por dois motivos: a imprudência dos que desrespeitam as leis da natureza (entre elas, evitar as noites e esperar o mar melhorar) e a completa falta de sinalização do canal, que já perdeu todas as boias que tinha.

Marcos Bernauer
Marcos Bernauer

Leia também

» A tradicional represa de Jurumirim, em Avaré, é um bom local para aproveitar de barco. Conheça

» Visando o balizamento náutico, Santur abre licitação para reforçar estruturas de segurança em Santa Catarina

» As influências do Brexit na navegação europeia: descubra o que mudou

Marcos ainda é dono do principal posto de abastecimento de combustível para barcos da cidade. Assim, ele levantou alguns dos principais waypoints que sinalizam o canal e indicam o rumo que os barcos devem seguir, aqui relatados.

São sete coordenadas que garantem o acesso tranquilo ao porto da cidade e, também, ao Canal do Varadouro, principal atrativo da região para os barcos de passeio. “Quem seguir os meus waypoints não terá problema, desde que o mar não esteja virado”, garante o experiente comandante. “Até porque o canal é bem largo e fundo, com cerca de 300 metros na parte mais estreita e 4 metros de profundidade, mesmo na maré baixa”, explica.

Onde a barra é mansa

  1. Bola de fora

25º 04.500’ S
47º 50.953’ W

2. Bola do meio

25º 04.329’ S
47º 51.380’ W

3. Bola de dentro

25º 03.763’ S
47º 52.757’ W

4. Começo do canal

25º 03.400’ S
47º 53.580’ W

5. Meio do canal da Trincheira

25º 03.300’ S
47º 55.030’ W

6. Meio da praia da Trincheia

25º 02.963’ S
47º 55.080’ W

7. Balsa de Ilha Comprida

25º 01.216’ S
47º 55.133’ W

8. Centro Náutico

25º 00.460’ S
47º 55.378’ W

Mesmo assim, para não correr nenhum risco, ele sugere que os veleiros esperem até que a maré esteja cheia ou comece a encher, por conta do maior calado. E aconselha que o timoneiro vá acompanhando a profundidade pela sonda. “Se baixar de 3,5 metros, é porque o barco saiu do canal”, ensina.

Mesmo assim, nos cruzeiros entre as regiões Sul e Sudeste, muitos velejadores preferem passar reto pela cidade, só para não ter que enfrentar os humores da barra de Cananéia. Quando muito, param na ilha do Bom Abrigo (quase em frente à barra e que não tem este nome por acaso) e ficam esperando o mar acalmar, o que não é má ideia, nos piores dias.

Ou, então, seguem os rastros dos maiores barcos de pesca da cidade, o que é outra boa alternativa. “Mas, quem seguir a minha rota no gps não pegará ondas, porque elas não quebram na faixa do canal, onde é mais fundo — só nos dois lados dele”, assegura o comandante, que é uma espécie de anjo da guarda dos barcos de passeio que chegam a Cananéia e até se dispõe a ajudar, pelos telefones ou canal do vhf.

“E não há pedras no fundo do canal; só lodo e areia”, completa. Claro que tudo seria bem mais fácil se as boias que a Marinha colocou no local tivessem sido mantidas. Mas como isso não aconteceu, todas se perderam, alimentando ainda mais a má fama que a barra da cidade tem. Segundo o comandante Marcos, injustamente. Na duvida, guarde esta revista e confira na sua próxima ida para lá.

Não perca nada! Clique aqui para receber notícias do mundo náutico no seu WhatsApp.

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    NÁUTICA Talks: Tatiana Ribeiro palestra sobre biodiversidade desconhecida das Ilhas Cagarras

    Bióloga e mestre em ecologia está confirmada em bate-papo dentro do Rio Boat Show 2024

    K&L Flex leva colchão focado em aplicações náuticas ao Rio Boat Show 2024

    Expositor confirmado no salão carioca apresentará cinco produtos ao público

    Recordista Diego Santiago ensina técnicas de pesca submarina no NÁUTICA Talks

    Campeão brasileiro e recordista mundial estará presente no ciclo de palestras durante o Rio Boat Show 2024

    NÁUTICA Talks terá papo sobre a história dos jets com Renan Macedo

    Fundador da Usina do Jet ainda falará sobre o avanço das corridas e expedições a bordo da embarcação; palestra acontece durante o Rio Boat Show 2024

    Danimar leva scooter aquática e modelos off road ao Rio Boat Show 2024

    Concessionária oficial de marcas como Segway, empresa também apresentará UTV e quadriciclo ao público do evento náutico