Confira a história dos “barcos rápidos” que contrabandeavam bebidas e cigarro nos EUA

Por: Redação -
14/01/2021
Lanchas como essa participavam de um gigante esquema de contrabando na década de 1960 - Imagem: reprodução/Pinterest

Durante o período de Lei Seca nos Estados Unidos, diversas maneiras de trazer bebidas alcoólicas e cigarros para o país foram estudadas. Entre elas, a mais eficaz era pelo mar, em que pequenos barcos se afastavam da costa e iam até os grandes cargueiros para contrabandear tais produtos.

 

Inscreva-se no canal de NÁUTICA no YouTube e ATIVE as notificações

 

O auge da proibição nos EUA foi na década de 1930, onde imperava o “Corredor do Rum”, quando navios transportavam rum de ilhas no Caribe para bares clandestinos na Flórida, e de lá, para o país inteiro. No entanto, mesmo depois do fim da Lei Seca havia muitos impostos em cima de bebidas e cigarros que chegavam ao país. Nesse ínterim, a solução se voltou novamente para a água.

 

Com o passar do tempo, os barcos da Guarda Costeira começaram a evoluir e interceptar os navios que realizavam esse contrabando. Em meio a isso, entrou em cena o construtor e projetista Donald Aronow, que revolucionou as lanchas offshore da época. Além de ser o construtor, Aronow foi um famoso piloto de corrida de lanchas offshore —incluindo algumas que ele mesmo projetou.

 

Diante da eminente revolução das lanchas, logo o “Corredor do Rum” se transformou em “Lanchas de cigarro”, quando eram usadas ​​para fugir da Guarda Costeira entre o Canadá e os EUA.

“Lanchas de cigarros” – Imagem: reprodução/HotCars

Leia mais:

>> Marinheiro inglês se prepara para quebrar o recorde mundial de navegação solo

>> Conheça o curioso jet WetBike que pertenceu ao narcotraficante Pablo Escobar

>> Novas marinas e incentivo ao turismo náutico: conversamos com Fausto Franco, secretário de Turismo da Bahia

Tais lanchas se diferenciavam por uma combinação de fibra de vidro, kevlar e fibra de carbono, usando um casco de corrida offshore profundo estilo “V”, variando de 6 a 15 metros (20 a 50 pés) de comprimento.

 

Construídas para atingir altas velocidades, as “lanchas de cigarro”, que com o tempo começaram a ser chamadas de “Go-Fast” (no português, “Barcos Rápidos”), chegaram a alcançar 150 km/h (80 nós), em águas calmas. Já em águas agitadas chegavam aos 50 nós e mantinham 25 nós no mar do Caribe. Essa velocidade já era muito superior aos barcos usados pela Guarda Costeira.

 

A partir da década de 1960, lanchas que seguiam essas especificações eram as mais utilizadas no contrabando de álcool e cigarro. Posteriormente, na década de 1980, essas mesmas lanchas eram o meio de locomoção das drogas que chegavam aos EUA e que mais tarde iriam para a Europa.

 

Por Gustavo Baldassare sob supervisão da jornalista Maristella Pereira

 

Gostou desse artigo? Clique aqui para assinar o nosso serviço de envio de notícias por WhatsApp e receba mais conteúdos.

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Memória Náutica: relembre como foi o Rio Boat Show 2019

    Evento chegou a sua última edição antes da pandemia consolidado como o mais importante salão náutico outdoor da América Latina

    Fountaine Pajot leva catamarã de 16 metros ao Rio Boat Show 2024

    Aura 51 é o maior catamarã a vela sem flybridge do estaleiro francês e estará no evento náutico de 28 de abril a 5 de maio

    No NÁUTICA Talks, Elio Crapun palestra sobre revolução dos hidrofólios nas embarcações

    Velejador abordará detalhes sobre realidade e avanços de barcos que navegam sobre fólios durante o Rio Boat Show 2024

    Casarini Boats levará mistura de bote com jet ao Rio Boat Show 2024

    Embarcação inovadora será um dos destaques do evento que acontece de 28 de abril a 5 de maio, na Marina da Glória

    No NÁUTICA Talks, Paula Vianna mergulha nos desafios da fotografia subaquática

    Vencedora de concursos internacionais, fotógrafa é presença confirmada no Rio Boat Show 2024