Alcatrazes abre para mergulho recreativo e passeio embarcado para observação da fauna

Por: Redação -
03/10/2017
Foto: Reprodução

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) abre para visitação pública mais uma unidade de conservação, fortalecendo o ecoturismo na região norte de São Paulo. Pouco conhecido e com forte potencial turístico, o Refúgio de Vida Silvestre (RVS) do Arquipélago de Alcatrazes, localizado em São Sebastião (SP), será aberto para atividades de mergulho recreativo e passeio embarcado para observação da fauna.

Solenidade realizada no último dia 13 de setembro, na Delegacia da Capitania dos Portos em São Sebastião (SP), marcou a assinatura da Portaria de Autorização para Visitação em Alcatrazes e acordo de cooperação com a SOS Mata Atlântica, no sentido de oferecer apoio à gestão. A solenidade contou com a presença dos ministros do Meio Ambiente, Sarney Filho, e da Defesa, Raul Jungmann, e do presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, e da diretora da SOS Mata Atlântica, Márcia Hirota. Antes da solenidade, eles visitaram o arquipélago.

Com a assinatura da portaria, as empresas de turismo e profissionais autônomos interessados, que atenderem os pré-requisitos estabelecidos no documento, podem se cadastrar para prestar serviços de visitação no Refúgio. A perspectiva é que no inicio de 2018 o turismo no local esteja já em funcionamento. “O turismo em Alcatrazes é uma antiga reivindicação de vários setores locais, que possibilita a apropriação e a valorização pela sociedade desse importante patrimônio natural”, argumenta a chefe do Núcleo de Gestão Integrada de ICMBio Alcatrazes, Kelen Luciana Leite.

Segundo ela, a criação do refúgio de Alcatrazes representa o fortalecimento do ecoturismo no litoral de São Paulo, em especial para os municípios de São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba, Ubatuba, Bertioga, Guarujá, São Vicente e Santos, que juntos possuem uma expressiva frota de embarcações de esporte e recreio.

A demanda por visitação ao Arquipélago de Alcatrazes é histórica, remonta à década de 90, quando foram iniciadas ações em prol da criação do Parque Nacional Marinho dos Alcatrazes, que propunha o aumento da área marinha protegida e a implantação do ecoturismo como opção para o desenvolvimento sustentável regional. Apesar da expectativa para o turismo no arquipélago, atividades com esta finalidade nunca ocorreram devido a restrições relativas à Estação Ecológica (Esec) Tupinambás (categoria de unidade de conservação que não permite a visitação pública) em algumas áreas, bem como por determinação da Marinha do Brasil, que em função de seus exercícios militares (que atualmente ocorrem na ilha da Sapata), interditou a navegação na região de 1998 até 2008.

A solenidade também marcou o aniversário de um ano do Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, criado em 2 de agosto de 2016. Neste período, os servidores elaboraram instrumentos de planejamento como o Plano de Manejo e o Plano de Uso Público, regulamentando uma série de questões relacionadas à implementação da visitação pública. A manutenção de seus ecossistemas com características e grau de conservação originais é o principal elemento norteador do plano de manejo e está expressa nos objetivos de criação da UC.

O refúgio é gerido de forma unificada com a Estação Ecológica Tupinambás, compondo o Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Alcatrazes. Nas duas unidades foram registradas 1 300 espécies, sendo que 93 delas estão sob algum grau de ameaça de extinção. Além das ameaçadas, o arquipélago dos Alcatrazes abriga espécies endêmicas e possui a fauna recifal mais conservada e biodiversa do Sudeste e Sul do Brasil, sendo também área de reprodução e crescimento de espécies de valor comercial para o setor pesqueiro. Regionalmente é reconhecido como patrimônio natural, referência de paisagem para a população, além de abrigar sítios arqueológicos e importante patrimônio histórico.

Abriga também um dos maiores ninhais do país com nidificação de fragatas, atobás e gaivotões. Estão protegidas em Alcatrazes 259 espécies de peixes, destacando-se a garoupa, o tubarão-martelo, entre outras, e ocorre ainda presença considerável da-tartaruga-de-pente e da tartaruga-verde, ambas ameaçadas de extinção. Na região há intensa ocorrência de baleias e golfinhos, sendo ao todo 10 espécies registradas para o arquipélago.

A vegetação do arquipélago é caracterizada por áreas de mata atlântica e campos rupestres, e já foram encontradas 320 espécies de flora. Além de exuberante beleza e expressiva biodiversidade, o arquipélago de Alcatrazes faz parte do patrimônio arqueológico, histórico e cultural da região. Os paredões graníticos de 316 metros de altura no meio do oceano impressionam os navegantes por sua beleza, e suas águas com boa visibilidade e grande quantidade de vida marinha são um convite ao mergulho contemplativo.

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    No NÁUTICA Talks, ex-piloto de avião Renato Oliveira vai contar como foi dar volta ao mundo em veleiro

    Renato levará experiência que levou 3 anos à série de palestras que acontecem durante o Rio Boat Show 2024

    FS Yachts lança nova lancha FS 355, com duas opções de motorização

    Lançamento do estaleiro catarinense vai ganhar as águas já na primeira semana de abril

    Entenda por que a duna de Jericoacoara está prestes a ser engolida pelo mar

    Cartão-postal do Ceará pode estar com os dias contados devido à interferência humana no processo de formação da duna

    NÁUTICA Talks terá papo com casal que sai de jet em busca de ondas gigantes

    Michelle de Bouillions e Ian Cosenza contarão como é viver essa experiência ao redor do mundo durante o Rio Boat Show 2024

    Barcos submersos há 7 mil anos já traziam tecnologias utilizadas até hoje

    Encontrados no fundo de um lago na Itália, barcos já carregavam consigo soluções náuticas modernas