Velejador angolano/brasileiro fala sobre veleiro usado na Transat Jacques Vabre

Por: Redação -
22/11/2017
Foto: Divulgação

A Class40 é uma categoria ainda pouco usada no Brasil, mas na França e na Europa conta com um grupo amplo de praticantes. A classe faz parte da Transat Jacques Vabre e talvez seja uma das únicas que consiga misturar amadores com profissionais de regata, sem deixar o desempenho técnico cair. Foram costruídas mais de 150 embarcações e seus velejadores a usam como porta de entrada para a IMOCA, por exemplo.

Pela segunda vez consecutiva, o Brasil tem um barco competindo a prova na Class40. Em 2015, o campeão olímpico Eduardo Penido se juntou ao empresário Renato Araújo na campanha do Zetra. Em 2017, é a vez do médico José Guilherme Caldas ao lado do velejador profissional Leonardo Chicourel. Os dois alugaram um modelo na Inglaterra, mas adquiram experiência correndo regatas no Brasil, como a Semana de Vela de Ilhabela, com o Mussulo 40 original.

A dupla ocupa a 11ª colocação no caminho entre Le Havre, na França, e Salvador, na Bahia. Em um dos raros momentos com conexão e com poucas manobras a bordo, José Guilherme aproveitou para escrever sobre as regras da categoria e explicar os motivos de estarem um pouco mais para trás do pelotão.

”No geral não há mistério: os Class40 de primeira geração andam menos que os de segunda e assim sucessivamente. Os de última geração também tem os melhores skippers, todos profissionais. Nas regatas de Class40 já se entra sabendo quem vão ser os adversários. Nesta Transat, os três da frente são os de geração mais recente e com melhores tripulantes. Disputam entre eles. O nosso pelotão seria quem está hoje até o oitavo e alguns que foram saindo. E o pelotão de trás seria o dos dois barcos que estão à nossa frente e um que abandonou. Assim se não tivéssemos parado teríamos que estar a disputar entre o 5º e 8º lugar. Não há muito mistério”, disse.

José Guilherme Caldas contou que o Mussulo 40 Team Angola Cables usado na Transat Jacques Vabre é o último da chamada segunda geração da categoria.

”Os barcos Class40 são fabricados segundo regras específicas que têm que ser mantidas, por exemplo não se pode usar carbono exceto no mastro, o mínimo de peso é de 4.500 kg. A estabilidade segue regras específicas: um barco tem que ter a capacidade de voltar a ficar de pé se virar. Sendo assim diversos projetistas testam fórmulas que se adaptam às regras e cada barco é um protótipo por vezes só sendo construído um daquela forma”, disse José Guilherme.

O Mussulo 40 já competiu em provas com distâncias curtas como a Semana de Vela de Ilhabela e travessias importantes como a Cape2Rio – Cidade do Cabo ao Rio de Janeiro.

Sobre a Class40

Ao todo, são mais de 20 arquitetos navais em 14 países que têm se dedicado nos últimos anos a melhorar o design da classe dentro das regras permitidas: o comprimento de até 12,19 metros, a largura de 4,5 metros, o calado de 3 metros, o peso de máximo de 4.500 kg e as velas em torno de 115 m2 de área. Reunindo velejadores de diferentes classes, como a Figaro, a IMOCA e a Mini 6,50, assim como amadores da vela, a Class40 se tornou uma categoria quase obrigatória na evolução para os velejadores que se profissionalizam no esporte. Sua versatilidade tem atraído velejadores de diferentes países, assim como o público feminino, motivo pelo qual organiza anualmente um calendário de prestigiadas regatas a nível internacional.

Características técnicas

Comprimento máximo: 12,19M (40 PÉS)
Largura máxima: 4,5M
Calado máximo: 3M
Altura máxima: 19M
Peso: 4.500 KG
Capacidade de lastro: 1.500 LITROS
Área vélica: 115M2

Visuel Classe

Mastro e quilha fixos, no máximo oito velas, até três acessórios extras e uso proibido de carbono.

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