Sonar dianteiro torna mais fácil e segura a navegação dos barcos de lazer

Por: Redação -
07/03/2017

Saber a profundidade e o relevo do fundo onde navegamos é algo muito simples com os ecobatímetros, sondas e fishfinders comuns, mas estes úteis equipamentos não mostram se há algo à frente do barco — perigos como um banco de areia ou um tronco de árvore semissubmerso. Isto está mudando rapidamente, com a adoção cada vez maior do “sonar dianteiro” (forward sonar) pela indústria de equipamentos de navegação eletrônicos para barcos de lazer. Antigamente usada apenas para fins militares em submarinos e, até poucos anos atrás, em alguns instrumentos de uso civil, essa tecnologia permite visualizar não apenas o fundo, mas o que está avante do barco, abaixo da linha d´água. Como funciona você confere aqui, nas explicações do engenheiro Nicola Getschko a cinco questões básicas sobre equipamentos que oferecem esse recurso.

Como os sonares dianteiros operam?

O princípio é o mesmo dos ecobatímetros e fishfinders. Um transdutor instalado no casco emite um pulso de ultrassom, que é refletido parcialmente quando encontra um obstáculo sólido (o fundo, um peixe, rocha, tronco etc.). Este eco é captado pelo mesmo transdutor e o sonar então calcula a distância até o obstáculo pelo tempo decorrido entre a emissão do pulso e o retorno do eco.

Fishfinders e sonares dianteiros usam o mesmo transdutor? 

Não. Sonares dianteiros usam transdutores especiais, com varredura em torno de 90 graus no plano vertical e a informação captada por eles permite formar uma imagem do fundo e à frente do barco. Modelos mais sofisticados podem operar em 3D, com varredura horizontal entre 30 graus e 60 graus mostrando uma imagem mais completa do fundo e, até mesmo, formar linhas isobatimétricas à frente.

Qual o alcance máximo do sonar frontal?

O alcance depende do tipo de fundo, de obstáculo e da profundidade. Fundos e obstáculos mais “duros” dão um resultado melhor. Normalmente, o alcance máximo, em condições favoráveis, gira em torno de 100 m, chegando a 130 m ou 150 m para fundos rochosos ou de coral. Mesmo com este alcance, o uso do sonar exige navegar com cautela e baixa velocidade para o piloto ter tempo de evitar um perigo.

Sonares que operam em tempo-real são melhores?

A vantagem desses aparelhos é a maior segurança para evitar eventuais obstáculos. Eles atualizam a imagem na tela mais rapidamente, porque têm maior capacidade de processar e mostrar as informações captadas pelo sensor de ultrassom. Assim, o piloto tem mais tempo para evitar os perigos. Por exemplo, se a demora para processar e exibir a informação for de 3 segundos, um barco que esteja navegando a 10 nós já terá percorrido 15 m nesse tempo, ou seja, estará bem mais perto do perigo do que a tela indica.

É possível adaptar um fishfinder comum para operar como sonar frontal?

Não. Teoricamente, esses aparelhos funcionam pelos mesmos princípios, mas diferem no modo de processar as informações, exibi-las no monitor e, principalmente, na velocidade que fazem isto. O sonar frontal exige equipamento mais sofisticado, preciso e rápido para ser eficiente, e isto faz seu preço ser bem mais alto que dos fishfinders e ecobatímetros comuns.

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