Aumento de águas-vivas nas praias durante o verão é fenômeno natural. Veja mais

Por: Redação -
31/12/2016

Quando chega o verão, o biólogo marinho Marcelo Szpilman, diretor-presidente do Aquário Marinho do Rio de Janeiro, sabe que será consultado inúmeras vezes sobre queimaduras de águas-vivas nas praias brasileiras. “O aumento na quantidade destes seres nesta época do ano é um fenômeno natural”, tranquiliza o especialista, acrescentando que, dessa forma, é normal que aumentem os casos de queimaduras. “Não há razão para pânico, pois não há nenhuma epidemia descontrolada”, salienta ele.

De acordo com Szpilman, a “invasão” de águas-vivas acontece porque é verão, época de reprodução de muitas espécies desses seres invertebrados, e isso gera aglomerações de fêmeas e machos. Basta uma corrente mais forte para empurrá-los para uma determinada região ou praia, gerando a tal “epidemia”.

Mesmo sendo um fato normal, ninguém quer ser atingido por uma água-viva. Mas, se acontecer, o que fazer num caso desse? “Antes de mais nada, não se deve passar a mão, muito menos esfregar o local”, ensina o biólogo, dizendo que isso ativa ainda mais o sistema de descarga dos nematocistos, células peçonhentas existentes nos tentáculos das águas-vivas e caravelas (animais marinhos) e que ficam grudadas na pele. Não se deve também lavar a região com água doce, pois o efeito é o mesmo. “Molhar com xixi, então, é pura lenda! Não existe nada que comprove que a urina iniba a ação dos nematocistos”, pontua Szpilman, afirmando que, depois de 20 a 40 minutos, a dor diminui sozinha.

Só o que funciona mesmo — acredite — é o vinagre. “O certo é lavar a pele com a própria água do mar e ir molhando com vinagre, por cerca de dez minutos. Depois, remova os tentáculos com uma pinça e volte a lavar o local com água salgada e vinagre, por mais meia hora”, recomenda. Antes que você pense se tratar de uma solução milagrosa, é bom que se diga que o vinagre não acaba com a dor. Como já foi dito, ela diminui sozinha, especialmente se o local receber compressas de gelo. No entanto, é fato que o ácido acético pode inibir a ação dos nematocistos que, por ventura, ainda estiverem presos à pele. “Em 90% dos casos, isso resolve.”

Vale frisar, ainda, que as águas-vivas queimam mesmo depois de mortas. E, como nem todo mundo consegue diferenciar uma água-viva morta há dias de uma recém-saída da água, convém não tocar nestes animais de jeito algum — mesmo quando eles estiverem na areia da praia. É bom lembrar, porém, que o que queima são só os tentáculos, não a bolha gelatinosa que dá forma a estes seres.

Outra coisa que deve ser observada é que as queimaduras não são as únicas consequências resultantes do contato com águas-vivas. “Em alguns casos, podem acontecer choques neurogênicos, frutos da descarga de grande volume de líquido peçonhento no sistema nervoso central”, diz Szpilman. Segundo ele, esse problema é particularmente sério no caso das caravelas, muito mais perigosas que as águas-vivas. “Quando isso acontece, molhar com vinagre não basta: é preciso ação médica e rápida”, adverte. Ainda assim, pelo sim, pelo não, vinagre é o melhor remédio. “Por isso, vale a pena ter sempre uma garrafa no barco, até porque ele também ajuda a temperar a salada”, diverte-se.

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