Lebos Chaguri, especialista em corridas de barco, fala sobre o Sprint Boat Racing

Por: Redação -
03/02/2017

No início dos anos 1980, na Nova Zelândia, um grupo de amigos, entre eles Brian Scott (pai de um dos maiores fabricantes de hidrojatos para barcos de corrida de rio), assistindo a uma prova de rali de automóveis, teve a ideia de fazerem um tipo de corrida semelhante, mas com barcos. Eles começaram colocando faixas delimitadoras, formando uma pista na água, e realizando provas com tomada de tempo dos barcos em torno delas, onde o público podia assistir ao percurso completo da prova.

Aí surgia o Jet Sprinting, que fez grande sucesso na Nova Zelândia e, posteriormente, na Austrália. Os australianos escavaram canais, enchendo-os de água para formar uma pista, e depois fizeram perto de rios para canalizar suas águas. Em 1990, estas corridas começaram nos EUA, mas com características diferentes – realizadas em lagos e com bóias flutuantes para a demarcação do circuito. Só em 1997 começaram as provas com canais escavados formando pistas de corrida de água.

Bill Sparling, o piloto do famoso barco roxo a hidrojato que circula pela internet, explica que a pista de corrida é formada por canais artificiais de 15 pés de largura e 3 pés de profundidade. Esta pista tem uma piscina no início, onde é dada a largada, e uma piscina no final, onde se encerra a cronometragem, além de muitas ilhas no meio, fazendo um circuito com muitas voltas à esquerda e à direita. Para ganhar é simples, diz Bill, basta ser mais rápido do que qualquer outro concorrente na cronometragem do circuito e, principalmente, tentar manter o barco na água.

Tudo começa na noite anterior à corrida, quando pilotos e navegadores recebem um mapa com o circuito para memorizar a ordem específica das voltas ao redor das ilhas formadas pelos canais escavados. Este conjunto de voltas é chamado “Track Rotations” e, geralmente, é composto por 30 a 35 voltas em torno das pequenas ilhas, formando o circuito a ser cronometrado, no qual piloto e navegador devem completar com precisão o percurso com seu barco para se qualificarem para a corrida. Cada curva exige o sincronismo perfeito do piloto e navegador, pois chega a ser feita em ângulo de 90º, a uma velocidade de 80 milhas, chegando a atingir 7G (gravidade), tudo isto empurrado por um motor que, geralmente, dependendo da categoria, ultrapassa a força de 1000 cavalos. Os ítens de segurança são essenciais, principalmente, a gaiola de ferro acoplada no barco (chamada no Brasil de Santo Antônio), que sempre salva pilotos e navegadores durante as espetaculares capotadas.

Cada barco pode ter quatro qualificações na primeira eliminatória e precisa finalizar, pelo menos, um percurso completo sem nenhum erro para não ser desclassificado da corrida, lembrando que são, aproximadamente, 35 curvas para direita e esquerda. No final das quatro cronometragens de todos os barcos, os oito participantes com o melhor tempo passam para a próxima eliminatória do dia. Depois da disputa dos oito barcos, os quatro com o melhor tempo disputam novamente, e os barcos que ficarem em terceiro e quarto lugares disputam a terceira colocação. Já quem ficar em segundo e primeiro, vai para a final definir o campeão. Segundo Bill, ele e sua navegadora, Nicole Brown, precisam sempre estar super sincronizados, pois Nicole precisa indicar a direção correta no tempo exato, e ele precisa desacelerar, acelerar e fazer as curvas no tempo certo para não acabar errando o circuito ou capotando, como ocorre frequentemente. As decisões precisam acompanhar a velocidade do barco, pois tudo é muito rápido.

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