Copa da vela

Por: Redação -
06/06/2014

Há menos de uma semana para o início da Copa do Mundo, considerado o maior evento esportivo de massa do mundo, ao menos 400 velejadores trocam a preocupação de bola e gramado pelas águas do litoral norte paulista. Não por falta de patriotismo, mas por afinidade, os amantes da vela não são, necessariamente, grandes admirados do futebol, por isso, participar do 14º Circuito Ilhabela de Vela – Copa Suzuki Jimny é, ao menos para eles, muito mais interessante que qualquer partida entre os melhores times do mundo. “Nosso universo é outro, gostamos do mar, da leveza desse esporte, do barulho das velas subindo, do trabalho da tripulação dentro do barco, da amizade que esse esporte proporciona”, comenta Marcelo Massa, comandante do veleiro Loyal CA Tecnologie da classe C30.

E Marcelo não é exceção. Dentre os participantes do Circuito de Vela de Ilhabela – Copa Suzuki Jimny que acontece nesse fim de semana em Ilhabela, a grande maioria parece não estar muito preocupada com a competição mundial. “Gosto do futebol sem fanatismo, meu time de coração é o Santos, mas prefiro água ao gramado”, diz o comandante do veleiro Caballo Loco, Mauro Dottori. A partir deste sábado, cerca de 36 barcos se reunirão na Ilha para a segunda etapa da competição.

Segundo a história do futebol no Brasil, há registros que esse esporte tenha sido praticado muito antes de Charles Miller trazer bolas de futebol ao retornar da Inglaterra. Historiadores apontam que em 1878, marinheiros do navio Criméia disputaram uma partida em praias cariocas numa exibição para a princesa Isabel. “Viu? Quem trouxe o futebol foram velejadores”, brinca o comandante Marcos Cesar, do veleiro Caiçara-Porsche. Embora existam muitas versões para a chegada do futebol ao Brasil, alguns dos competidores admitem não ter nenhuma habilidade com a bola. “Embora digam que é muito mais difícil, tenho mais habilidades nos trabalhos dentro do barco do que com a bola nos pés”, diz Humberto Diniz, do veleiro Barracuda.

De bem com o esporte que escolheram praticar, comandantes e tripulantes terão mais uma competição acirrada nesse fim de semana. Na classe C30, por exemplo, os cinco barcos estão empatados com seis pontos perdidos. Em outras classes, como a HPE, a mais numerosa da competição com treze barcos inscritos, a diferença entre o líder Ginga, de Breno Chvaicer e o último colocado é de 37 pontos. Longe dos holofotes do futebol, eles buscam serem competitivos em alto mar dentro de seus veleiros dos mais variados tamanhos. Para eles, essa é a competição mais importante no momento. “É a nossa Copa do Mundo”, brinca Mário Martinez, comandante do veleiro Rudá.

A segunda etapa do 14º Circuito Ilhabela de Vela Copa Suzuki Jimny acontece nos dias 7 e 8 de junho no Yacht Club de Ilhabela. O evento tem quatro etapas ao longo do ano e é o circuito mais longo do esporte. O evento tem o patrocínio master da Suzuki Veículos e também Ser Glass e F7. Apoio da Pousada BL3 Armação dos Ventos, Radio Antena 1 FM, North Sails, Revista Mariner, SailStation, Mar & Vela, Prefeitura de Ilhabela.

Confira a classificação atual:

HPE
1 – Ginga (Breno Chvaicer) (Reg 1 + Reg 2 + Reg 3) (2+2+1) = 5
2 – Take Ashauer (Marcos Ashauer) (3+1+4) = 8
3 – Bixiga (Pino Di Segni)(1+7+7) = 15
4 – Fit To Fly (Eduardo Mangabeira) (6+5+6) = 17
5 – Suzuki Bond Girl (Rique Wanderley) (4+14 DNF +2) = 20
6 – Conquest (Marco Hidalgo) (12+3+5) = 20
7 – Repeteco (Fernando Haaland) (11+8+3) = 22
8 – F7/Ser Glass (Marcelo Belloti) (10+4+8) = 22
9 – Takra (Luiz Eduardo D’Almeida) (7+9+10) = 26
10 – Aventura 55 (Jose Otavio M. Vita) (9+6+12) = 27
11 – Artemis (Mark Essle) (8+10+9) = 27
12 – Bronco (Caio Prado) (5+12+11) = 28
13 – Xereta (Luiz Rosenfeld) (13+11+13) = 37

RGS
1 – Kanibal (Martin Bonato) (1+2) = 3
2 – BL3 Urca (Pedro Rodrigues) (3+1) = 4
3 – Asbar II (Sergio Klepacz) (2+3) = 5
4 – Xiliky (Fabio Cantanhede) (6+4) = 10
5 – Atlantico (Enio Ferreira) (5+5)= 10
6 – Anequim (Paulo F. Moura) (4+7 DNF) = 11

RGS Cruiser
1 – Jambock (Marco Aleixo) (1+1) = 2
2 – BL3 Wind Nautica (Clauberto Andrade) (2+2) = 4
3 – Boccalupo (Claudio Melaragno) (4+3) = 7
4 – Cocoon (Luiz Marcelo Caggiano) (3+4) = 7

IRC
1 – Rudá (Mario Martinez) (1+1) = 2
2 – Orson (Carlos E. S. Silva) (2+2) = 4
3 – Mussulo III (Jose Guilherme M. P. Caldas) (3+3) = 6

C30
1 – C A Technology (Marcelo Massa) (5+1) = 6
2 – + Realizado (José Luiz Apud) (1+5) = 6
3 – Caiçara Porsche (Marcos de Oliveira Cesar) (4+2) = 6
4 – Caballo Loco (Mauro Dottori) (2+4) = 6
5 – Barracuda (Humberto Diniz) (3+3) = 6

ORC
1 – Chroma (Luis Gustavo de Crescenzo) (2+1) = 3
2 – Orson (Carlos Eduardo Souza e Silva) (1+2) = 3

Fotos: Marcos Menzes/ Sail Station/ P. Press

 

Curta a revista Náutica no Facebook e fique por dentro de tudo que acontece no mundo náutico.

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Mestra vai com lançamento e mais duas lanchas ao Rio Boat Show 2024

    Nova embarcação de 21 pés do estaleiro fará estreia no Rio; evento vai de 28 de abril a 5 de maio, na Marina da Glória

    Memória Náutica: relembre como foi o Rio Boat Show 2023

    Com público de 33 mil pessoas e mais de 200 barcos vendidos, evento foi descrito como um dos mais espetaculares salões náuticos do Brasil

    NÁUTICA Talks: Walter Garcia conta como a vela o aproximou da proteção da Amazônia

    Empresário no segmento náutico e jornalista por formação, Walter levará experiência de quase 30 anos ao Rio Boat Show 2024

    Jets, quadriciclos e UTVs serão apresentados pela Quadricenter no Rio Boat Show 2024

    Mais de 10 produtos serão expostos no estande da marca de 28 de abril a 5 de maio, na Marina da Glória

    Marinha do Brasil leva simulador de navegação interativo ao Rio Boat Show 2024

    Além de experimentar a sensação de comandar um barco, visitantes do evento náutico poderão entender a fundo o papel da instituição nacional e receber dicas de segurança